segunda-feira, 2 de agosto de 2010

entrém-muros: uma oficina

Além dos muros da escola, mas abrigados numa ocupa-que-se-cria-ação urbana à capital gaúcha, uma chamada, um refresco no frio, um chocolate e a prosa apresentando uma avaliação estética a se modular num salão musical e literário com Daniel Cejas, de mais que hipóteses sedutoras e dependências sensíveis, interesse concreto e atualização viável sem perder companheiro pela mesquinharia alheia (utopias...) nem passar a mão na cabeça transbordando de titicas porque lhe fizeram os ouvidos de pinico e outras coisas, mas gerado uma referência bem mais nítida e expressiva da dignidade que pode ser tão invejável... inclusive quando se encotra naquele passo/ritmo mais lento que o da tartaruga, que é o da Filosofia (para não falar de quando é a ação direta que funciona, operando em ramos de atividade bem situados na produção do ser societário "humano", num projeto humanista e popular - até mesmo anarquista, na medida em que pretendamos transformar umas "quedas de braço" que nos travam muitas relações em mais do que exercícios de poder - alterando mesmo os modos de fazermos dos bons juízos sobre as pessoas e os seus vínculos, ao longo do tempo, de um critério de avaliação por conhecimentos "portados" para um de potencial de aprendizagem na libertação de níveis até relativamente arraigados de preconceito, ou ao menos dos gestados pela covardia de equívocos e temores fomentados entre "pizzas" politiqueiras financiadas por agentes do capitalismo internacional).

Imagens? Visitantes as registrarão, mas as palavras seguem nas agrupações tratando de referenciais humanos, parcelas da nossa inspiração, e das nossas próprias atitudes, vias de fato, ações, metodologia, com a mesma objetividade com que pegamos algum guarda-chuvas emprestado, ou "filo" uma refeição, ou preparo uma bagagem para viajar, ou apanho umas obras para a difusão da prosa cultural, entre outras peças dialógicas, desenvolvendo padrões mais ou menos notáveis e mais ou menos discretos e elegantes, enquanto o bom do letramento segue sendo poder conceber como um outro (colega ou próximo, douto ou querid@) pensa, através de veículos, precisamente, de comunicação, de idéias, mediações, pronúncias, palavras.

"Eu quero paz e arroz, amor é bom e vem depois", cantam os gênios de Jorge Ben Jor, pois se vale declarar desejo na santa calma da hora serena, a tranquilidade oceânica do pacífico e estóico povo da vila em lutas, amor é bom e vem depois do arroz e feijão, dos senhores caldos em boas ondas onde um troco a mais não faz mal e próximo às bancas desfrutando recordações até os talos das verduras na troca de experiências sintéticas e orgânicas, de palavras espirrando e derramando sonoridades ou ressonâncias diversas pelo enredo dos encontros em itinerância urbana.

Havia chegado junto ao chegado em contracapas e conteúdos informativos de estéticas musicais para a puxada reflexiva do tema instaurando desdobramentos (discernimentos analíticos) quando se queriam exames pontuados sinteticamente e estabelecendo o exemplo pedagógico de bom ajuizamento. O nexo, legal, toca às valorações notáveis e às notadas pela palavra, pelo entendimento (que pode ser ou não ser confrontado ou "enriquecido", na sua composição "equilibrista" (estalando de translucidez), mas suspenderíamos um rolo da sensibilidade sem o convívio atento aos posicionamentos que se desfiam nos enredos da aprendizagem e de cada conhecimento - que é, sabidamente, uma arte. Tem sentido que as análises sejam muito mais diretas ou sucintas que as próprias sínteses ligando os pontos estabelecidos das qualidades destacadas.

Valores estéticos encontram-se em produções bem mais diversas do que suas próprias técnicas, como em telas inteiras de pintura elaboradas nos fogos cerrados de regimes "de exceção" e regras, de trabalhos e estilo, obras significativamente evocadas. No tocante ao trato com a educação das crianças (tão sensíveis ao que se apresenta musicalmente...) também é viável apontar valores "básicos", entre os exemplos de excelência e de pobreza. O exemplo adiantado foi o d"as quatro estações" de Piazzolla: o que não diríamos, com certos tempos, ou calaríamos mais fundo, como que independentemente dos próprios "caminhos das influências" ou de informações menos racionalizadas, mesmo menos cientes dos significados eventualmente embutidos nalgumas de tantas relações de afinidade e semelhanças tão presentes em produções miméticas e artísticas das nossas vidas culturais? O projeto está lançado e envolve o trato com artigos literários e contrastes comunicativos e poéticos. Foi muito rápido, mas agora temos duas longas semanas de espera...

Enquanto isso a criança com que ainda moro assiste desenhos atrozes que vamos comentando conforme o interesse na sua matéria narrativa, mas oxalá mais atentos à estética. Os afluxos de consideração e valorações - justas e "infantis" - por crenças, imaginação, suposições e intuição-como-faculdade-da-sensibilidade (só para resumir definindo), ou mesmo atitude expressa e pronunciada, explícita ou profissional, bem podem convir marcando posição em relações formativas mais familiares, ou tribais, solidárias ou sociais. Sem esquecer que elas também se vinculam a tradições eventualmente maiores que os próprios fenômenos das experiências isoladas ou de momento. As tradições costumando se arvorar em sabedorias, ainda podem dar parecer, "a conhecer" em boa hora, liberando outras sapiências, artes, expressivas consciências naquele sentido humanista, contextual, e ambientalista, em que escrever a própria história é ação a se empreender com gestos, saliva, risos e lágrimas. Se suas trajetórias e interpretações versam de nós mesmos, será por incluírem aquelas encruzilhadas em que nos educamos e aprofundamos, segundo as quais “a História” teria sido escrita “pelos vencedores”, quando "vivos" são os que sabem “escrever” a sua própria vida, contar, mexer com o corpo do imaginário, o cosmo de universos narrativos, a poética de uma linguagem concreta e as linguagens do poder mais certo e popular. Incluindo políticas utopistas, quem sabe, que vinham pulverizadas nalgum futurismo?

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